A árvore que chora

Baum cria uma espécie de panóptico para apreender o homem, daí que a realidade e a ficção não se impõem, elas equilibram-se. As informações, os cenários, até mesmo os seringais amazônicos têm vida na realidade. Os personagens são vivos, por isso, vemos os seus deslocamentos, acompanhamo-os pela mata, pelas cidades, nas suas casas, nos seus sofrimentos e misérias. Ao lermos, conforme vamos virando as páginas, seguimos com a autora no tempo e no espaço, sentimos as febres da malária, vemos, aterrorizados, Leocádia dar fim à vida de um homem mau, homens arriscando suas vidas para pôr fim ao poder da Alemanha nazista. Enfim, com esta obra Vicki Baum dá-nos um retrato da possibilidade de des-humanização que cada um de nós poderá sofrer, como é o caso de Manuel, o indígena que deveria ser padre, de padre Anselmo e de outros que, nas fábricas, vivem a sua própria degeneração.